quarta-feira, 24 de junho de 2009

DIÁRIO.

- Olá meu nome é Gustavo Teodoro, sou um senhor de idade (idoso) e tenho como primo distânte, o príncipe regente. Esse fato fez com que houvesse uma grande mudança na minha vida, pois pude embarcar em uma das 8 naus que "fugia" para o Brasil. Convido vocês leitores a saberem um pouco mais da minha historia descrita abaixo.




(DATA?/?/1806) Com o Bloqueio Continental imposto por Napoleão, o nosso governo ficou em uma situação muito difícil. Ele impôs que o nosso governo declarasse guerra contra a Inglaterra, incorporasse sua frota à nossa esquadra, fechasse nossos portos aos navios britânicos e confiscasse bens de súditos inglês que viviam em nosso país. Com todo o poderio que Napoleão tem, nosso príncipe regente ficou em uma situação muito embaraçosa: Ou Portugal antede as exigências de Napoleão e declara guerra com o nosso aliado há tempos, ou ele faz isso a força como fez com o resto da Europa.


(DATA 19 de Novembro 1807) Soube que a Inglaterra propôs que a corte portuguesa se transferisse para a sua colônia de maior importância, o Brasil.

Dia 23 de Novembro de 1807- O príncipe D.João decide embarcar quantos antes a família real e o governo rumo ao Rio de Janeiro, por sorte, vou com a esquadra do príncipe, pois sou um primo distante do mesmo.


Dia 27 de Novembro de 1807- Embarcamos nos navios britânicos que a nossa aliada Inglaterra nos cedeu antes que as tropas de Napoleão cheguem à Portugal. Os navios estão muito lotados pela quantidade de gente que aqui se encontra, vieram pessoas de todo o tipo de escalão da corte e do governo português. E parece que o vento não está ao nosso favor, ouvi por ai que não temos condições ainda de zarpar.

Dia 29 de Novembro de 1807- Em fim zarpamos rumo ao Brasil por conta de um vento favorável às duas horas da madrugada, espero que a viagem não dure muitos dias, pois não quero ficar aqui nesse reboliço todo do mar, fico enjoado facilmente e não sobra muito espaço nos navios, pois estão lotados. Sentirei saudades do meu querido país, mas espero chegar em breve ao Brasil.


Dia ?? De Dezembro de 1807- Já não faço noção de que dia consta no calendário, mas houve uma terrível tempestade que separou a esquadra. A viagem está sendo dura e cansativa, está havendo uma racionalização de comida e água, há pessoas que estão viajando com a roupa do corpo, o odor não é dos mais agradáveis e houve uma crise de piolhos no navio, todas as mulheres foram obrigadas a rasparem as cabeças no navio entre elas a princesa Carlota Joaquina e as demais damas da família real e da Corte. Sorte a minha, pois sou desprovido de cabelos em minha cabeça.

Dia 05 de Dezembro de 1807- Hoje os navios conseguiram se reagrupar, graças a Deus, já estava perdendo as esperanças, e também perdendo o pouco que eu como, pois ainda não me acostumei totalmente com o balançar do navio, mas aos poucos já me sinto como um marujo.

Dia 08 de Dezembro de 1807- Uma nova tempestade formada por ventos do sul dispersou os navios novamente. Estou me cansando disso!

Dia 10 de Dezembro de 1807- Finalmente conseguimos nos reagrupar novamente. Desta vez não poderá haver mais tempestades, estou farto disso

Dia 11 de Dezembro de 1807- ALELUIA! Hoje avistamos terra, ouvi dizer que se chama Ilha da Madeira, por um momento pensei que havíamos chegado ao Brasil, mas estamos perto.

Dia 01 de Janeiro de 1808- Passamos o ano novo no navio, Não sabia que a viagem duraria tanto tempo assim.

Dia 18 de Janeiro de 1808- Chegamos à costa da colônia, Bahia é o nome da região onde nós nos encontramos

Dia 22 de Janeiro de 1808- Agora sim! Finalmente Brasil. Desembarcamos na colônia em um lugar chamado Salvador, não é o que nós esperávamos, mas a tempestade mudou relevantemente o nosso curso de viagem. Mas às quatro horas da tarde finalmente todos os navios chegaram.


Dia 24 de Janeiro de 1808- Só hoje às cinco horas da tarde a comitiva real desembarcou na Bahia, com imensa pompa e solenidades

Dia 08 de Março de 1808- A esquadra que havia partido de Salvador chegou hoje no Rio de Janeiro às quatro horas da tarde no cais do Largo do Paço, a chegada ao Rio foi um alívio, apesar do calor do verão nos trópicos e dos odores fétidos da capital da colônia. E a família real logo foi se tratando de requisitar os melhores lugares para a nossa estadia aqui nessa colônia fixando P.R nas portas das residências despejando os moradores, até caçoaram dizendo "Ponha-se na Rua" ou "Prédio Roubado", mas eu não ligo, quero é mais o meu também antes que eu fique sem. É! O que será dessa colônia no futuro agora que a a família real portuguesa está aqui? Só Deus Sabe!

Nenhum comentário:

Postar um comentário